22/02/2012 às 11:26:14 por Marlene de Souza Ravaneda

Fazendo a Lição pela Criança

Sem paciência para esperar, a mãe pode tomar o lápis da mão do menino e ensiná-lo a escrever. Tal gesto aumenta a comida do prato. Em nada contribui para a digestão. Não resta dúvida de que, se não mudar sua atitude, num futuro breve estará fazendo a lição de casa pela criança, ficará nervosa toda vez que ela tiver prova e no final do ano correra atrás de um professor particular para garantir que o filho passe de ano. Enquanto isso, o garoto está sossegado. Estudar, fazer provas, passar de ano não são mais tarefas dele.

Os argumentos utilizados para fazer a lição pelo filho são tão ricos quanto permite a criatividade da mãe. Mas, dependentemente deles, a criança sempre se prejudica. A mãe, por sua vez, não consegue ser mãe, agora que está tão incomodada, que seu “aluno” não rende bem. Acaba misturando os canais. Na função de professora, briga como mãe, e hora de ser mãe, atrapalha-se vivências de professora. O filho deve ser amado independentemente do papel do aluno. O desempenho escolar não deve ser a medida para amor ou carinho materno.

Desgastada nessa relação, a mãe muitas vezes acaba pedindo ajuda ao pai que até o momento poderia estar alheio ao problema. Então, recebe duas broncas: a primeira do pai, que observa o erro da esposa e pode até leva-la a mudar de atitude. A outra bronca é do filho, que deseja que a mãe continue no erro. Não raramente, o pai descarrega sua raiva através de observações do tipo: “Você o criou muito mimado. É a grande responsável por isso. Deixa para mim. Eu lhe dou uns tapas e resolvo a situação”.

Às vezes, a interferência do pai ajuda. Mas, se o filho estiver muito envolvido nesse esquema do “deixa-que-eu-faço”, só uns tapinhas e uma bronca não será o bastante para resolver o assunto. A propósito, estou me referindo ainda ao curso básico, vai do jardim da infância ate o 4º ano do primeiro grau (antigo primário). Independentemente do que estiver acontecendo na vida familiar, escolar e social da criança, o início das modificações pubertárias só vai complicar o que está bem e piorar o que está mal.

De modo geral, nos primeiros quatro anos do antigo primário, as crianças tentam corresponder ao que os pais querem delas; no ginásio, meio a meio; e no colegial, escapam totalmente das expectativas paternas. A puberdade funciona como um segundo parto durante o qual o adolescente expulsa a infância, deixa de lado a família e questiona a educação recebida para partir para a sua inclusão num mundo novo..

(trecho do livro: Seja Feliz Meu Filho(Içami Tiba)

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